segunda-feira, agosto 15, 2005

Um passeio à biblioteca.

Me perguntei diversas vezes após aquele dia na biblioteca, como não querer tê-la?
Não queria apenas deitar-me, fodê-la, coisas de com puta!
Não, meu desejo era possuí-la, tê-la minha e só minha.
Egoísta, sem dúvida, se P. me permitisse tê-la, nunca mais haveria de deixá-la, a compraria um livro por dia se necessário, a dividiria apenas com as palavras.

Queria tê-la em minha sala ou em meu banheiro(posto que intimidade busco incessantemente, mesmo que artificialmente), teria contruído um escritório só para ela, com o intuito único de prorrogar indefinidamente o tempo-espaço de então; mão esquerda acompanhando os olhos sobre as páginas de Brás Cubas, mão direita enterrada entre os cabelos longos, negros e lisos, os impedindo de impedir sua visão e sustendando o rosto talhado à faca; olhos castanhos que pareciam fitar além das páginas, para além daquele lugar inóspito e impessoal, para dentro do mundo mediado pelo mestre e por sua imaginação de mulher, pois há muito deixara de ser menina.

Quanto a mim?! Ah, eu só podia querer tê-la! Não me sentia à sua altura, porém.
Além de minha pequenez, havia algo que não podia me incomodar mais. Mesmo linda, era gauche de tal forma que nenhum homem a pudesse endireitar.
E eu só pensava se as palavras de Machado diziam algo para ela, "Por que, Por que bela, se coxa?; para mim, resumiam a vida naquele instante.